A automação ameaça empregos e, associada à inteligência artificial, compõe um dupla que mudará a empregabilidade. Todos serão afetados em maior ou menor grau, mas é possível se antecipar e buscar alternativas.
O processo será benéfico para a otimização de processos e aumentará sensivelmente o lucro das grandes empresas, mas, a automação ameaça o seu emprego?
Utilizei um estudo feito pela Mc Kinsey & Company, líder mundial em consultoria empresarial, para preparar este conteúdo. O estudo (em inglês) trata diretamente da ameaça, Potencial de Automação (e Salários) para Empregos Americanos.
Este post tem vídeo e gráfico interativo.
Do estudo, foi gerado um gráfico interativo onde você pode acessar informações específicas sobre o nível de ameaça de cada área de trabalho, e cada cargo ou função.
Você corre o risco de ser substituído por robôs, sistemas ou aplicativos? Você terá que se reinventar para permanecer relevante?
São muitas as perguntas e, independentemente das respostas, temos que ser frios e precisos na análise e na criação da(s) alternativa(s). Vamos pensar juntos?
Demorei para tomar a decisão de publicar este conteúdo porque sempre procurei evitar fazer qualquer ação que pudesse ser tida como marketing do medo. Acontece que a ameaça ao trabalho, que estava chegando, agora está aí, e agravada pela pandemia.
Informe-se, analise, identifique os riscos e defina uma estratégia de ação. Vou mostrar como fizemos isso com nosso negócio.
Duas notas:
- Para as coisas fazerem sentido, por favor, leia o texto sequencialmente.
- Este conteúdo já estava pronto antes da pandemia e foi atualizado, quando pertinente.
Como usar o gráfico interativo que mostra o quanto a automação ameaça seu emprego
Mais abaixo você terá acesso ao gráfico interativo. A tecnologia se chama Tableau. Eles permitem que nós utilizemos o gráfico em nosso site, mas fica meio travado, você tem que chegar para um lado e para o outro para poder aprofundar a pesquisa (ensino, abaixo como fazer).
O que nos interessa, no gráfico, para confirmar se a automação ameaça seu emprego, são as 2 colunas da direita.
As bolas da coluna central representam cada função específica, por exemplo: advogados, professores de jardim de infância, designers de produto. A terceira coluna contempla as áreas de trabalho, como: arte, design e entretenimento, produção, saúde etc.
Quando você passa o mouse em cima da bola de uma função, você vê a área de trabalho, a função específica o percentual de quanto a automação ameaça o emprego.
Ensinarei como chegar ao seu trabalho específico em um vídeo, abaixo. No fim do artigo, você pode se cadastrar para participar de uma live e receber acesso totalmente gratuito a meu curso de empreendedorismo.
Se a automação ameaça empregos, qual é o preço da inércia?
Primeiramente, você já pensou o custo de não fazer nada? A opção pela inércia é garantidamente a pior das escolhas. No caso de nosso assunto, o preço a pagar é o desemprego.
Veja como a inércia pode causar prejuízos.
Os governos sempre ignoraram saneamento, educação, saúde e pesquisa. Problemas não devem ser adiados, e sim resolvidos. Essa pandemia, por exemplo, foi prevista com muita antecedência, por especialistas insuspeitos, (com links) veja:
Em 2004, o Conselho Nacional de Inteligência americano, num documento de expectativas para o futuro, previu, para 2020: (traduzo – página 30)
“Alguns especialistas acreditam que é questão de tempo até que uma nova pandemia ocorra, como aconteceu, por exemplo, em 1918 e 1919, com o vírus influenza que matou aproximadamente 20 milhões de pessoas. Uma pandemia desse tipo, em megalópoles de países em desenvolvimento, com sistemas de saúde subdimensionados, na África subsaariana, China, índia, Bangladesh ou Paquistão, seria devastadora e poderia se espalhar rapidamente pelo mundo. A globalização seria ameaçada se o número de mortes chegasse aos milhões, em diversos países mais ricos, e se o espalhamento da doença impedisse viagens e comércio por um longo período de tempo, obrigando, assim, governos a gastar quantias gigantescas em sistemas de saúde sobrecarregados.”
Em 2015, Bill Gates antecipou, neste vídeo, que:
“Apesar de inesperado, se alguma coisa vai matar mais de 10 milhões de pessoas nas próximas décadas, é mais provável que seja um vírus altamente contagioso do que uma guerra. Não mísseis, mas micro-organismos. Bem, um dos motivos disso é que investimos muito em estratégias antinucleares, mas investimos muito pouco em um sistema que detenha uma epidemia. Não estamos preparados para uma próxima epidemia.”
Descobri, pesquisando para produzir este conteúdo, que em 2016, Stephen Hawking confirmou que a automação ameaça empregos. Ele afirmou, neste artigo, que: (traduzo)
“A automação das fábricas já dizimou empregos na manufatura tradicional, mas, com o progresso da inteligência artificial, tende a estender o fim dos empregos para dentro da classe média, e apenas os cargos mais específicos e criativos permanecerão.”… “Não serão apenas empregos, mas indústrias inteiras que desaparecerão”…
Antes de tudo, escolha suas fontes de aprendizado
A análise de sua empregabilidade exige um trabalho anterior, o de filtragem das fontes de informações.
As pessoas prestam atenção em discursos políticos e ignoram as pesquisas de especialistas. Isso impacta o desenvolvimento de seu país, de seu estado, de sua cidade. Agora:
Não considerar pesquisas e previsões de especialistas quanto ao futuro da sua empregabilidade impacta seu trabalho, sua vida e a de sua família.
Os passos para a solução, são:
- Primeiramente, informe-se em fontes oficiais e baseie-se em pesquisas de órgãos, pessoas e empresas confiáveis.
- Busque análises de quem apoia e quem discorda dessas pesquisas, para você criar o seu entendimento da situação. Isso seria facilitado, caso o jornalismo não tivesse acompanhado a polarização política.
- Direcione o entendimento para sua situação específica, e veja como as informações podem afetar sua vida ou a dos seus.
- Analise, também, a reação de expoentes de sua área e perceba se eles estão com um discurso que foge da realidade.
- Por fim, identifique alternativas e defina sua linha de ação ou reação.
Fuja das fake news, dos pseudoespecialistas, do marketing do medo e, principalmente das soluções apresentadas por políticos e seus seguidores.
Se as informações vêm com hipérboles, palavras de ordem, apelos urgentes e insistentes, soluções mágicas ou excessos motivacionais, é provável que tenham alguma segunda intenção e não sejam sensatas ou baseadas em fatos reais.
Bem, por fim, como todo conteúdo publicado tem um objetivo, analise se este é razoável ou não.
Por que estudar fontes do exterior
Vejamos se esta pesquisa que utilizo para embasar nosso estudo atende os critérios que estabeleci de filtragem de fontes.
Como moro nos EUA e tenho empresa no Brasil, sei que as coisas que lá acontecem, vão acontecer no Brasil de 2 e 5 anos depois.
Por exemplo, esse estudo que apresento é de 2014. Assim, como a ameaça da automação e inteligência artificial aos empregos caminharam a passos largos, a situação apresentada seria a vigente no Brasil, agora.
Note como isso é real. Muitas vezes, baseado em fontes americanas e inglesas, escrevi, bem antes destes assuntos se tornarem atuais, desde 2012, sobre assuntos como:
- Uma série de 6 artigos sobre teletrabalho (home office),
- Uma série de 7 artigos sobre o novo jornalista/novo jornalismo,
- Diversos artigos sobre a dificuldade da velha mídia se atualizar em tempos de internet, e como ela insiste em errar o tom de voz,
- Diversos artigos avulsos sobre empreendedorismo, inclusive empreendedorismo na maturidade,
- Série de 8 artigos sobre o momento complexo da publicidade,
- Série de 4 artigos sobre influenciadores digitais,
- Diversos outros assuntos que orbitam em torno de empreendedorismo e marketing digital.
Todos esses assuntos estão em alta agora. Como não sou vidente, a antecipação em tratar desses assuntos mostra a importância de se escolher fontes confiáveis para suas pesquisas.
Não troque a inércia pela ação baseada em informação rasa
Há horas na vida que, dentre as alternativas possíveis, nenhuma apresenta a solução ideal. Você será bombardeado por dicas de especialistas e “especialistas” e precisa, por sua conta e risco, tomar uma decisão.
Vou contar uma historinha que, apesar de boba, moldou minhas escolhas. Em 2000 fui sorteado na loteria americana de green cards. Recebi meu green card em 2001 e me mudei para os Estados Unidos. Esse é um resumo de um processo que levou mais ou menos 2 anos.
Nesse período anterior à minha mudança, li e ouvi de tudo sobre morar nos EUA, com a enorme maioria de pessoas contando histórias de outras pessoas. E praticamente todas tinham um final incrível, principalmente no aspecto financeiro. Todo mundo que ia para lá ficava rico…
Foi meio frustrante, pois, quando cheguei lá, vi que era tudo muito diferente das histórias que li e ouvi. Então conversei com um senhor que me contou uma piadinha comum lá: “a melhor maneira de se voltar dos Estados Unidos com 1 milhão de dólares, é chegar aqui com 3 milhões de dólares…”
A moral da história é:
Seu futuro depende do quanto de informação de qualidade você tem.
Vou mostrar que usamos esse mantra para manter uma empresa familiar relevante há 20 anos.
Se a automação ameaça empregos, é primordial acompanhar as tendências
Há 25 anos, eu me obrigo a ler 200 páginas por dia, todos os dias. São 200 páginas do Kindle, onde tenho centenas de livros, de assuntos diversos, o que corresponde, a mais ou menos, 70 páginas de livros impressos. Complemento com artigos na internet e pelo menos um estudo ou pesquisa mais elaborado de empreendedorismo e marketing digital.
Gosto de pensar que isso me mantém atualizado e me permite, inclusive, antecipar tendências. Além do artigos que listei, meu primeiro site é de 1997, tive um portal sobre morar nos Estados Unidos em 2000, montei um negócio de ensino a distância em 2008, comprei o domínio marketing digital em 2010, 5 anos antes dessa indústria ter esse nome. Não foi sorte, foi informação e análise.
E levamos isso muito a sério em nosso negócio. Recentemente, terminamos todos os contratos da agência digital que tenho com meu irmão. Mantivemos os trabalhos de design e decidimos focar na oferta de conteúdo e educação em empreendedorismo e marketing digital.
A decisão foi difícil, mas natural, pois:
- analisamos as dificuldades das agências tradicionais e digitais,
- revimos os diversos problemas que passamos e
- achamos que o futuro impõe uma correção de rota.
Isso mostra nossa preocupação em manter nosso negócio relevante e como usamos a informação.
No final deste conteúdo vou mostrar, exatamente, como a mesma pesquisa que embasou este artigo influenciou essa decisão.
E você?
Se você:
- Tem um emprego ou um negócio?
Você tem se informado se sua área, seu emprego ou trabalho corre risco?
- Ainda está estudando?
Sua área de estudo está preparando você para o mercado de trabalho ou já indica a necessidade de uma pós-graduação, mestrado ou doutorado para você se sentir efetivamente pronto?
Há uma solução, e ela passa por parar, se informar e buscar o melhor caminho ou alternativa. E isso deve acontecer, preferencialmente, antes de as tendências se tornarem realidade.
Os números do estudo e como isso impacta a sua empregabilidade
Se a automação ameaça seu emprego, você vai esperar o problema bater à sua porta?
Veja o vídeo a seguir para saber como usar o gráfico interativo, para ver o potencial de automação de sua área ou de seu emprego.
O gráfico que usamos pode ser inserido, mas ele tem algumas restrições de visualização, pois não se adapta automaticamente a tela onde é acessado.
Assim, leve a barra inferior totalmente para a direita, e volte um pouco para ver os percentuais do eixo vertical. Faça conforme a animação.
Se você está com um celular, para acessar o gráfico, vai precisar deitar o celular.
Abaixo está o gráfico interativo (em inglês). Use conforme instruído no vídeo e retorne para a conclusão.
O endereço original do gráfico é Automation Potential and Wages for US Jobs.
O eixo vertical representa o potencial de ameaça da automação a cada emprego específico e, o horizontal, o nível salarial.
Assim, quanto mais alto em relação ao eixo vertical, maior é o potencial de automação, isto é, maior o risco de problemas de empregabilidade naquela área ou emprego.
Brinque um pouco com o gráfico interativo e retorne para a conclusão.
Casa de ferreiro, espeto de ferro
Vou falar o que sempre fizemos com nosso negócio:
Buscamos a solução que nos mostrar ter a maior expectativa de sustentabilidade.
Como disse anteriormente, recentemente mudamos o foco do trabalho de nossa empresa, passando de agência digital a provedores de conteúdo e educação (cursos e mentoria) para empreendedorismo e marketing digital.
Pesquisas nos levaram a fazer esta mudança, porque identificamos que o trabalho como agência era uma opção temerária, sem sustentabilidade em médio e longo prazos.
Isso porque, como agência, oferecíamos um excelente serviço de design, produção de conteúdo, marketing digital, trabalho em redes sociais e tudo mais que pudesse configurar um trabalho de marketing 360º.
Por isso, nossos contratos eram de, no mínimo, 2 anos, e nunca fomos a agência baratinha. Pela qualidade do que oferecíamos, sempre fomos bem remunerados. Isso nos levava a ter como clientes apenas médias e grandes empresas.
Acontece que o trabalho digital leva tempo para apresentar resultados, mas com o tempo eles aparecem e são excelentes. Na imensa maioria dos casos, após os 2 anos, os clientes achavam que conseguiriam fazer internamente o que fazíamos e, ou não renovavam o contrato, ou nos faziam propostas irreais. Perdemos a conta de quantas vezes isso aconteceu, e, outras tantas que fomos chamados de volta.
Nosso negócio estava em risco? Paramos, pensamos, e, com a ajuda deste gráfico, ainda que não considerássemos nosso risco alto ou iminente, definimos que seria aconselhável dar um novo rumo ao nosso negócio imediatamente, e não esperarmos o problema ficar muito grande.
Como usamos o gráfico para confirmar nossa linha de ação
Alguns devem saber que produzi um curso de marketing de conteúdo com o Rafael Rez ainda em 2015, pois àquela época já tínhamos a convicção de que o conteúdo, acima de tudo, era a estratégia-chave para alavancar negócios digitais, nossos e de nossos clientes.
Agora, associamos a isso a produção de cursos online, e definimos que esse seria o foco da MarketingDigital.com.br. Vamos ver se o o gráfico mostra sustentabilidade nessa decisão?
Em resumo, como vimos no vídeo, toda a área de educação e treinamento estava na parte do gráfico que englobava trabalhos menos afetados pela automação.
Além disso, quanto aos trabalhos que desejávamos focar: treinamento, educação para negócios, produção de conteúdo e design, todos estava abaixo de 13% de risco e tinha boa remuneração.
Isto é, permaneceríamos necessários, assim, bastava continuarmos relevantes! Batemos o martelo e mudamos nosso modelo.
Agora, eu pergunto: e o seu trabalho? A automação ameaça seu emprego?
Empregos percebidos como commodities serão os mais expostos à ameaça da automação
Commodity é o produto cru, primário, importante, mas percebido como de menor valor. Quando se trabalha uma commodity, aumenta-se o valor agregado e a percepção de valor desse novo produto gerado. Pense em termos de petróleo bruto e da gasolina obtida de sua refinação.
A automação ameaça empregos com funções que podem ser padronizadas, já que estas são passíveis de ser transformadas em um processos ou algoritmos, e, assim, automatizados.
Elaborar na técnica, agregar valor, conhecer o pulo do gato, enfim, ter um desempenho diferenciado pode prolongar sua relevância (sob a perspectiva do mercado) e diminuir ameaça ao seu emprego. Por isso, poucos índices de automação chegam a 100%.
Entretanto, voltemos ao início do texto, onde falei do custo de não fazer nada. Em conclusão, se já foi fácil ganhar dinheiro, agora, não é exatamente o melhor momento para relaxar.
Contar com a sorte, mentalizar riqueza, motivar-se e tudo mais sempre ajuda, mas só ajuda quem estuda, analisa, planeja e age.
O que você está fazendo?