Como Usar o Grátis? Freemium, Inércia e Malandragem

grátis

O grátis tem forte apelo, mas tome cuidado com sua oferta, já que ela pode soar falsa. E não demore muito para cobrar por seu serviço, pois pode ficar tarde demais.

Trabalho com marketing, mas renego a fama de malandragem que infelizmente acompanha o tema “grátis”, muito por causa das atitudes de alguns “colegas de trabalho”.

Assim, se o apelo é o grátis, use com moderação. Vamos pensar?

O Modelo Grátis de Malandragem

Coisas do tipo é, mas deixa os dados de seu cartão, depois de 30 dias cobraremos uma mensalidade. E, quando quiser cancelar, basta mandar uma carta e em 60 dias estará cancelado. Não gosto tanto de dinheiro a ponto de me prestar a aplicar essa malandragem.

Ou: renovamos automaticamente sua assinatura (mesmo sem sua expressa autorização) para você não correr o risco de ter o fornecimento interrompido (quanta bondade…).

Modelos de negócio que contam com os defeitos humanos (preguiça, inércia, procrastinação e outros) não merecem meu respeito, pois são como contratos com cláusulas leoninas de um contrato e só servem para desacreditar trabalhos sérios.

Já trabalhei com quem usa? Sim, sempre contra minha vontade ou “voto”. Eu nunca indiquei ou usei em negócios meus.

Assim, fico à vontade para desmistificar algumas “descobertas” que vendem milhões de livros, fazem a cabeça de empresários inescrupulosos, desaparecem, mas sempre deixam seguidores dispostos a fazer mal feito.

O Modelo Inércia ou Como Eu Saio do Grátis Agora

O modelo da MarketingDigital.com.br previa que publicaríamos conteúdo livremente por 2 anos, para atingirmos as pessoas, conquistar bons rankings e relevância e tornar o site em uma autoridade no Marketing Digital.

Não venderíamos nada nesse espaço de tempo, durante o qual terminaríamos os contratos vigentes de nossa agência digital e, então, passaríamos a monetizar o portal com cursos nossos e de terceiros, site para membros, publicidade e diversos outras possibilidades.

Resumindo uma longa história, conseguimos muita visitação, nossa lista de e-mail ficou excelente, nossas mídias sociais atingiram mais de 150 mil seguidores, e tudo mais nessa parte do plano andou. Por outro lado, um problema de saúde na família, obrigou-nos a parar por 3 anos e, se não voltamos para o zero, fomos para o 2… Não configura inércia, mas miopia de modelo, então posso bater em quem também errou.

Jornais demoraram a respeitar a internet e ver nela um revolução imparável. Levaram um tempo excessivo para cobrarem pelas versões online e hoje correr atrás do prejuízo, a fim de monetizar essas versões, apelando para os tipos rasos de convencimento que estão sendo aplicados:

  • tudo, fora nós, é fake news,
  • blogueiros e influenciadores são figuras ridículas, aqui com o apoio das novelas, e
  • o deprimente “apoie o jornalismo profissional”, ideia baseada no jornal The Guardian, inglês.

O modo como você reage a um desafio mostra que se você está no caminho certo, ou não. Migrar do grátis para o pago pode ser um desafio.

Nem macarrão instantâneo fica pronto instantaneamente.

Se tempo é dinheiro, e tudo dá trabalho e leva tempo, absolutamente tudo tem um custo.

Quanto mais cedo você mostrar que valoriza seu tempo, produto, serviço, enfim, seu trabalho, e que cobra por isso, melhor.

O Modelo Freemium

Ceticismo e marketing não costumam caminhar juntos. Temos que experimentar, principalmente na internet, mas creio ter experiência suficiente para perceber que certas “teorias inovadoras” nada mais são que ideias antigas requentadas.

Li um excelente artigo, no site Manual da Startup sobre o modelo Freemium. O ponto alto do artigo, a meu ver, é:

“A essência do modelo Freemium é a parte Premium (paga). A parte free é estratégia de marketing.”

O termo Freemium foi “criado” em 2006 por Fred Wilson e consiste em dar algo de graça, para experimentação e criação de certo buzz sobre o assunto, para, então, vender uma versão mais completa e paga (premium), para uma parcela dos que receberam e gostaram do que viram.

Já viu a padaria oferecendo uma empadinha pequenininha, quentinha, a fim de despertar o monstro faminto dentro de você e fazê-lo(a) comprar 2 empadas enormes?

Não me parece nada muito novo, talvez essa tática seja usada há séculos. A teoria foi revivida por se adaptar muito bem à internet. Grátis talvez seja a palavra utilizada mais frequentemente nas estratégias de marketing.

Alex, por que essa rebeldia quase adolescente com esse assunto, quando eu mesmo digo que funciona e tal. Voltando ao artigo em que me baseei, pela primeira vez vi alguém falar algo próximo do que penso. Novamente, vale a leitura.

Eventualmente você vai ter que encarar o cliente e dizer: Vamos lá. Agora é hora de comprar meu produto, pagar por meu serviço, contratar minha consultoria. É o chamado closing, selar a venda, fechar negócio ou pegando carona no sucesso do MMA, a finalização.

E tenha uma certeza, quanto mais você demorar a partir para o fechamento, mais difícil e demorado será esse convencimento.

Marketing de Conteúdo e o Freemium

O Marketing de Conteúdo tem no freemium um parceiro importante.

Estou preparando um e-book que darei gratuitamente para quem se cadastrar para receber meus boletins por e-mail.

Posso até vir a cobrar por conteúdo mais elaborado ou destinado a empresas em estágios mais avançados, mas, por agora, prefiro o trabalho de escrever dezenas de páginas por dia.

Gosto da ideia de conquistar autoridade e confiança por meio do conteúdo informativo e educativo que entrego “grátis”. Entretanto, não se engane, há “segundas intenções” (e terceiras, quartas…) nos meus conteúdos gratuitos. Eu pretendo:

  • Ganhar sua confiança e vir a tê-lo(a) como cliente fiel, que, além de comprar meus produtos, ainda vai indicar meu site, produtos e serviços para seus amigos.
  • Tornar-me uma referência no assunto marketing digital e ser chamado para palestras, consultorias etc.
  • Vender meus livros e cursos online e presenciais (em produção).
  • E o que mais eu conseguir imaginar como forma justa de monetizar meu negócio.

Em resumo, considero o freemium em conjunto com o trabalho de marketing de conteúdo como formas “do bem” de usar o grátis. E, se só der trabalho e não der dinheiro, talvez seja o caso de eu mudar de ramo…

Isso, entretanto, não diminui a importância de produzir conteúdo aberto, de valor, sem custo para educar sua audiência, conquistar autoridade e tornar sua presença em algo relevante e desejado.

E você, usa o grátis em seus negócios?

Co-fundador da MarketingDigital.com.br, Alex Moraes é especialista em Marketing Digital. Após diversas conquistas na prestação de serviços na agência digital de seu irmão, o designer Anderson Moraes, mudou o foco da empresa, a Clicktime Marketing e Design, para a educação. A MarketingDigital.com.br é um hub de troca de informações, com muito conteúdo próprio e de parceiros, glossário, guia de prestadores de serviços (agências e profissionais), agenda de cursos e eventos e tudo mais que se refira a Marketing Digital.

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