Criar Conteúdo, Apesar de Decisão Óbvia, Ainda Desperta Medo

criar conteúdo

Humanos temos medo de não saber ou de perder oportunidades. Em inglês isso se chama FOMO, fear of missing out, o medo de ficar de fora. Esse medo, entretanto, não é forte o suficiente para que muitos se disponham a criar conteúdo.

É só ouvir um “você nem imagina o que eu fiquei sabendo” para acordar o monstro curioso dentro de nós. Se o título de um artigo disser: “Não Leia Isso!”, você só sossega quando terminar de ler. Assim, como explicar que criar conteúdo ainda é seja uma ideia agressiva para muitos?

O motivo é simples: temos medo do que desconhecemos. Por que? What you don’t know may hurt you! O que você não sabe pode te machucar, até porque o que você não tem é o que você sonha, pois:

  • Quem não conhecimento, sonha tê-lo.
  • Quem não cria conteúdo, sonha fazê-lo.

Seja pelo prazer de educar, quem cria conteúdo informa, abre possibilidades e faz saber.

Se for meramente para vender, com o consumidor mais bem informado, a decisão de compra agora passa por um processo mais longo e embasado. É preciso informar, educar o cliente a fim de conquistar sua confiança, convencê-lo da qualidade de seu produto ou serviço e mostrar que você é a melhor alternativa.

A conta fecha, é oferta e procura. Essas justificativas, por si sós, já justificariam o trabalho de criar conteúdo, mas ainda há muita luta, no Brasil, contra uma possibilidade tão obviamente importante.

A Decisão de Criar Conteúdo

Sou um entusiasta do marketing de conteúdo e muito tenho falado a respeito.Em resumo, o que mais me espanta é o quanto um tema tão importante e nada recente ainda é desconhecido.

Como sempre, isso cria oportunidades para os antenados e reações estapafúrdias dos desinformados. Voltarei a esse assunto daqui a pouco, mas, por agora, por favor, acompanhe meu raciocínio.

Provavelmente, você já leu sobre a morte do Twitter, ou o fim do SEO e do Adsense. Mais recentemente testemunhou previsões da agonia do Facebook. E, como MAC x PC, Bolsomitos x Bolsominions, multidões de apaixonados defendem, com unhas e dentes, seus lados, enquanto Bill Gates continua a ser o homem mais rico do mundo e a Apple, a empresa que mais cresce.

No Brasil político, aliados de ontem são os inimigos mortais de hoje. E vice-versa. A vida segue, e nada muda muito.

Quer saber a minha opinião, de que lado estou? Bem, eu tenho um Ipad da Apple, trabalho num PC que roda Windows, tenho um telefone chinês (Xiaomi) e um coreano (Samsung), ambos rodando Android.

E de um tempo para cá só defendo minha empresa, meu negócio e minha área de atuação, assim, só compartilho minhas convicções apenas sobre esses assuntos.

Sorria, você está sendo manipulado!

O que tudo isso tem a ver com Marketing de Conteúdo e com criar conteúdo?

Por meio de diversas técnicas, somos manipulados a todo instante. Por isso, somos estimulados a produzir conteúdos rasos, a castigar nos gatilhos mentais, nas hipérboles, ordens negativas, polarização e tudo de mais que significar economia de estudo e argumentação.

E tudo começa na apresentação de dados. Estudei Estatística. É uma ciência linda, que ajuda absurdamente quando seus números são lidos de forma correta.

A apresentação e a leitura dos números de uma pesquisa são ações tão complexas quanto os fazer os cálculos, ainda mais quando cada “lado” tenta deturpar os resultados em benefício próprio.

Números e seus significados

Vejamos um exemplo.

Qual a maior torcida do Brasil? Os números, lidos de forma direta mostram que é o Flamengo.

Como é um assunto que mexe com paixão, então começam os argumentos de que no Nordeste e Norte do Brasil, como os times têm menor participação em grandes campeonatos e menor exposição, o Flamengo vira o segundo time de todos nessa situação. Assim, essa pessoa responderia Flamengo numa eventual pesquisa.

Por outro lado, corintianos dizem que se se delimitar a pesquisa por estado mostra os reais torcedores e, se fosse assim, a torcida do Corinthians seria maior que a Flamengo. Os flamenguistas retrucam que São Paulo têm mais gente que o Rio, que a pessoa torce pelo time que quiser e a discussão fica interminável.

Outro tipo de leitura vêm de enfoques negativos, com os chamados “antis”. Se a torcida do Flamengo não corresponde à metade mais 1 dos brasileiros, a torcida dos antiflamenguistas seria maior, isto é, mais gente torceria contra do que a favor do Flamengo.

A Globo, por exemplo, só transmite jogos do Flamengo e do Corinthians, e apenas em casos extremos os jogos de outros times. E o pensamento dela é estrategicamente correto. Torcida grandes somadas aos antis torcendo contra trazem enorme audiência.

Os números são os mesmos, o que muda é a perspectiva. E todas as análises estão parcialmente corretas.

Assim, vemos que o importante é elaborar mais no estudo, na análise e na produção, pois entender os dados disponíveis é imprescindível para criar conteúdo.

E eu continuo vendo meu Fluminense no pay-per-view…

O conteúdo como ferramenta de descrédito da concorrência

É melhor para uma empresa ter um concorrente direto e conhecido do que vários pequenos e desconhecidos. Alguém bem mais inteligente que eu disse que devemos manter os amigos perto e os inimigos mais perto ainda…

Outro pensamento é que e melhor polarizar a disputa e ter apenas 1 oponente forte. Pense Apple e Microsoft, Coca Cola e Pepsi, e, lógico, Bolsonaro x Lula.

Influenciadores digitais sabem que ter haters é tão importante quanto ter seguidores. Até porque, da forma torta que a nossa cabeça funciona, tem gente que segue religiosamente quem não gosta apenas para ter base para falar mal. E os números do seguidores só aumentam.

Criar conteúdo dá muito trabalho. Em tempos de mensagens de ganhe dinheiro enquanto dorme, mentalize pilhas de dinheiro e elas se materializarão, trabalho real é pensamento desestimulado.

Então, matemos a estratégia trabalhosa e voltemos à venda de ilusões. É fácil. Primeiramente, desacredite o “inimigo”, depois infle o mercado com histórias falsas e justificativas rasas e mantenha seu status de promotor de ideias vazias.

Se não der certo, desdiga tudo que falou e diga que era uma provocação. Funciona muito bem para políticos inescrupulosos e vendedores de fórmulas mágicas.

Funciona, também, para a forte batalha das mídias tradicionais contra o digital. Toda novela tem um influenciador digital estigmatizado ou um blogueiro inescrupuloso, além disso, tudo que vem da internet é fake news, não checado ou ou leviano.

Tem dado bem menos certo uma batalha semelhante, da publicidade tradicional com o marketing digital.

Enfim, se houver opção de produzir conteúdo original e relevante e usar novas possibilidades para alavancar seu negócio, opte pelo novo.

Disponha-se a ir contra a corrente

Há algum tempo um artigo de Mark W. Schaeffer, chamado Content Shock, falou da insustentabilidade do Marketing de Conteúdo. Insistia que o modelo não se mantém porque há limites tanto para a quantidade de conteúdo que se pode produzir sobre um assunto quanto para o que pode ser consumido pelas pessoas.

Esses argumentos são incontornáveis, mas o que pergunto é: quando foi diferente? O dia das pessoas sempre teve 24 horas e a quantidade de conteúdo disponível desde sempre é muito acima do que é humanamente possível de ser consumida, mesmo antes da internet.

Pensemos, então, em termos de qualidade sobre quantidade, argumentação sobre imposição, utilidade sobre mesmice e esse artigo começa a se transformar em algo mais que uma provocação, mas uma grande oportunidade.

Assim, depois de centenas de comentários, mais negativos que positivos, o autor de Content Shock publicou uma resposta geral em outro artigo com mais 6 argumentos contra o uso errado do Marketing de Conteúdo e dicas para escapar do problema.

Amenizava as críticas, mas batia pé em sua convicção. Desde então, mais de 500 artigos foram produzidos apoiando ou não o artigo original.

Similarmente, por baixo, serão 500 links, 1 milhão de compartilhamentos, 50 mil novos cadastrados na lista, 100 mil apoiadores e 900 mil “haters, pero no mucho”. Enfim, para o cara que topou não ser mais um, sua estratégia de conteúdo não poderia ser mais bem-sucedida.

A criação de conteúdo no Brasil

E o que nós temos a ver com isso? Bem, no Brasil nem bem se conhecem as técnicas de conteúdo e lá fora já estão falando do fim delas.

Acima de tudo, como estamos numa fase de transição, da estruturação de novos modelos, tudo se transforma numa ótima oportunidade.

Disponha-se a ir contra a corrente, produza conteúdo de qualidade, que gere discussões, até que incomode, mas que sempre agregue valor.

Informe-se, inove e disponha-se a se manter permanentemente atualizado. Não caia na armadilha da desinformação.

E então, você, cria conteúdo?

Aqui, na MarketingDigital.com.br, assim como quando agência, na Clicktime, o conteúdo é estratégia que não pode faltar em qualquer planejamento.

Co-fundador da MarketingDigital.com.br, Alex Moraes é especialista em Marketing Digital. Após diversas conquistas na prestação de serviços na agência digital de seu irmão, o designer Anderson Moraes, mudou o foco da empresa, a Clicktime Marketing e Design, para a educação. A MarketingDigital.com.br é um hub de troca de informações, com muito conteúdo próprio e de parceiros, glossário, guia de prestadores de serviços (agências e profissionais), agenda de cursos e eventos e tudo mais que se refira a Marketing Digital.

95 artigos publicados